Vai uma engraxada aí patrão?

21/08/2005 às 16:36

Uma peça publicitária dificilmente faz sucesso no mundo inteiro. O festival de Cannes está aí para provar isso. A maioria das peças não despertaria interesse, se vinculadas no Brasil. A interpretação das peças é fruto de um contexto cultural. Por isso muitas vezes paramos para pensar: como "aquela" peça publicitária conseguiu vencer o festival de Cannes?

Vejamos, o princípio básico do Marketing Global é: oriente-se ao mercado local. A publicidade em nosso país teve início com capital estrangeiro. Agências pioneiras aqui no Brasil, como McCann Erickson e J. Walter Thompson, criavam campanhas publicitárias orientando seu conteúdo ao estilo de vida norte-americano. Somente nos últimos 20 anos as empresas nacionais começaram a fazer sucesso. Hoje somos referência em qualidade e criatividade. Nosso amadurecimento deve-se a nossa capacidade-necessidade de adaptar ao inconsciente popular.

Hoje, o grande desafio das agências de publicidade é criar campanhas mundiais focadas em targets específicos. Alvos que podem está em qualquer parte do mundo. Trabalhando sempre no fio da navalha. Entre a obra-prima e a incompreensão. Fazer-se entender mundialmente e despertar prospects no Brasil, na Tanzânia, na China e em Nova York.

Sendo assim, observe a peça abaixo. Produzida pela agência The Jupiter Drawing Room, de Joanesburgo na África do Sul. Vencedora do Leão de Ouro em Cannes 2005, criada para divulgar o polidor de sapatos da Nugget.

O que mais chama minha atenção em uma peça publicitária é o "ahhhh!". Explico. A figura da direita mostra uma "pesca" colada por um estudante qualquer. Num primeiro momento, a reação natural é surgir um "hã?". A peça está incompreensível não acha?! Mas ao vê o produto localizado no canto inferior direito, vem o "ahhhh!". Quando o publicitário consegue associar o "hã?" com o "ahhhh!", temos uma mistura perfeita. Muito bem sacado não acha?!

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