Recursos Humanos e a cultura de alto desempenho

22/10/2006 às 20:12

Na revista HSM Management (ed. 58 de set-out/2006), Libby Sartain, vice-presidente do Yahoo!, aborda o momento meio "confuso" que hoje vivem os profissionais de Recursos Humanos (RH). Segundo a especialista, o único caminho para o RH entrar nos trilhos é uma transformação em seu papel dentro das empresas. O profissional de RH tem que assumir a responsabilidade e tornar-se um "agente de mudança" no processo de criação de uma cultura de alto desempenho.

Mas por onde começar? Onde o setor de RH pode agregar mais valor? Libby acredita que tudo começa com discussões ampla sobre a cultura da empresa, através de pesquisas, fóruns e entrevistas envolvendo todos os níveis. Também é preciso reavaliar os estilos de liderança, os programas de RH e as práticas do setor para determinar os fatores que movem e reforçam a cultura.

Toda mudança causa resistência, é fato. Mas existe uma maneira simples de diminuir o impacto da mudança: fale a verdade. Escreva um estudo de caso e estimule as pessoas a pensar. Por que é preciso mudar? De que maneira as mudanças desejadas na cultura da empresa podem dá apoio à estratégia corporativa?

Conhecido a situação da empresa, vamos definir a cultura desejada. É hora de colocar a equipe de liderança para trabalhar. Ponha em debate os valores essenciais que sua empresa deve ter, o comportamento desejado e a visão que será comum a todos. Somente com esses elementos essenciais o esforço de mudança cultural terá êxito.

Pronto! Tudo bem elaborado e discutido. Chegou a hora de colocar tudo no papel. Desenvolva um plano de ação para reforçar a cultura e promover a mudança. "Comece com as prioridades e dedique-se a solucionar as mais complicadas. O modo como as coisas são feitas deve reforçar a cultura."

Prestou atenção que até agora a arquitetura desse novo plano ficou no nível estratégico? Pois essa é a hora de repassar as conclusões dos líderes. Comunique o que tem de ser mudado e o por quê da mudança. Nessa hora você e sua equipe vão precisar muito da contribuição das pessoas para a definição das alterações dos processos. Posteriormente esclareça quais são as expectativas e divulgue as vantagens de mudar.

Passado essa etapa, chega um dos momentos mais críticos. Chegou a hora de mudar a estrutura organizacional para viabilizar as transformações. A dica aqui é: "monte equipes para projetos específicos. Amplie as atribuições e responsabilidades."

E sabe qual o erro mais comum? Depois dessa trabalheira toda, você acaba contratando qualquer profissional. Por favor, contrate pessoas compatíveis com a nova cultura planejada para sua empresa. Entenda, "se você tiver de escolher entre um candidato com habilidades e conhecimento melhores mas pouca adequação ao código cultural, e outro um pouco menos qualificado mas com boa adequação cultural, prefira o segundo e ofereça a ele o treinamento e o desenvolvimento necessários", aconselha Libby.

Beleza, gente nova entrando na empresa. O que fazer? Recrie seus processos de incorporação a esses novos colaboradores. E também "certifique-se de que os recém-contratados conhecem bem o que é esperado deles e compreendem as normas culturais da organização. Converse sobre as formas de trabalho que conduzem ao sucesso e esclareça as posturas que podem prejudicar o desenvolvimento profissional." Dica: recorra a relatos exemplares, enfatizando os sucessos e fracassos. Ele entenderá o recado.

Ah, eu ia esquecedo. Divulgar a nova cultura não basta. Sua empresa deve ter práticas que alimentem os funcionários de mensagens sobre a nova cultura. Empresas são como seres vivos, precisam ser alimentadas. Não deixe esse gigante com fome. A maneira mais comum usada pelas grandes corporações é difundir nas reuniões, nos programas de treinamento e em todo o material de comunicação, mensagens culturais que reforçam os valores, a missão, as tradições e as práticas da empresa.

Noto que estamos navegando muito pelo campo teórico. Essa é uma zona perigosa. Para fugir dessa armadilha, "faça com que todos se comprometam; não deixe ninguém de fora". Nem que para isso você tenha que montar equipes multifuncionais. Você também pode reunir grupos aleatórios de funcionários para reuniões mensais em cafés-da-manhã ou almoços. Quem sabe até você consiga o "apoio de pessoas apaixonadas pela idéia de identificar possíveis desajustes culturais e sugerir soluções para eles." Já pensou?!

Seja ético. "Construa uma marca interna capaz de reforçar a marca externa. Comprometa-se a proporcionar uma experiência coerente aos funcionários. Certifique-se de que os colaboradores conhecem os elementos de sua experiência profissional que favorecem sua carreira e sua vida profissional. Procure criar uma reputação de bom local de trabalho tanto dentro como fora da empresa."

No final de tudo, o mínimo que se espera é que você saiba reconhecer e premiar os bons resultados. "O reconhecimento e o sistema de recompensa devem ter consonância com a cultura que você está tentando reforçar."

Tudo vai começar a andar... e o que vai aparecer? Problemas! Principalmente com as lideranças, eu garanto. Nesse momento não preca a oportunidade de associar-se com líderes que sejam promotores da nova cultura. "Identifique as lideranças com maior potencial e invista nelas, por meio de programas de desenvolvimento de lideranças. Assegure-se de que esses programas reforcem as mensagens culturais. Não poupe esforços para manter quem atua como multiplicador da cultura."

E enfim, relaxe. Isso, tente tornar as coisas divertidas e interessantes. "Crie desafios e atividades que reafirmem a cultura. Lembre-se de que comemorações e eventos ajudam nesse processo." Embora não pareça, o pessoal dos Recursos Humanos estão aí para isso mesmo!

Campanha Dove Pela Real Beleza

19/10/2006 às 10:18

A Dove há algum tempo vem desenvolvendo o conceito da "Real Beleza". Modelos gordinhas, com sardas, rugas e cabelos naturais. A campanha foi um sucesso. Criada pela Ogilvy, a campanha foi premiada no Euro EFFIE, Clio Awards e o Festival de Londres, todos em 2005.

Agora surge um novo sucesso, a campanha "Dove Evolution". Na hora lembrei daquela polêmica, que começou em setembro, quando modelos com IMC (índice de massa corpórea) abaixo de 18 foram proibidas de participar da Semana de Moda de Madri, por terem visual semelhante às anoréxicas.

O anúncio "Dove Evolution" mostra o processo de transformação de uma modelo até chegar no outdoor: maquiagem, cabelo, roupa, PhotoShop, iluminação. Segundo a empresa, a campanha global Dove pela Real Beleza tem o objetivo de questionar o padrão atual e oferecer uma visão mais saudável e democrática da beleza. Uma visão de beleza que todas mulheres podem ter e aproveitar todos os dias.

Com certeza essa é uma campanha que provoca nossos sentidos e nossos conceitos. O que é real? Começei a viajar por Matrix, mas isso é outro post. Confira o comercial clicando no botão play da imagem abaixo.


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