Durante o Jornal da Band, sem saber que o áudio estava sendo transmitido ao vivo, o apresentador Boris Casoy disse o seguinte sobre os garis: "Que merda: dois lixeiros desejando felicidades do alto da suas vassouras... (risos) O mais baixo na escala do trabalho... (risos)".
No outro dia ele tentou se retratar dizendo: "Ontem, durante o intervalo do 'Jornal da Band', em um vazamento de áudio, eu disse uma frase infeliz, que ofendeu os garis. Por isso, quero pedir profundas desculpas aos garis e aos telespectadores do 'Jornal da Band'."
O fato só revela um das características mais evidentes do capitalismo: desvalorização de profissões braçais. Boris acredita que ao apresentar um programa de TV, sentado, de terno e gravata, usando sua aguçada capacidade de leitura para acompanhar o texto que aparece diante de seu nariz, esteja numa atividade “superior”.
Não é culpa do Boris. Ele apenas refletiu uma faceta que é comum a toda nossa sociedade. Quem de nós gostaria de levantar da mesinha do escritório para suar a camisa correndo atrás de um caminhão de lixo? Desde pequenos aprendemos que bons são aqueles que usam a cabeça ao invés dos braços.
O problema é que ao longo da nossa história essa característica se tornou uma doença. Ninguém quer fazer mais nada. Aprendemos a vegetar diante da TV, esperando as coisas acontecerem. Os políticos destruindo o país e nós quietinhos, aguardando um abaixo assinado qualquer. Nada mais feio do que gritar e suar a camisa.
Por isso, não acho que Boris seja mal. Pra mim ele é apenas um doente. Contagiado por esse mal que aflige os capitalistas.
No outro dia ele tentou se retratar dizendo: "Ontem, durante o intervalo do 'Jornal da Band', em um vazamento de áudio, eu disse uma frase infeliz, que ofendeu os garis. Por isso, quero pedir profundas desculpas aos garis e aos telespectadores do 'Jornal da Band'."
O fato só revela um das características mais evidentes do capitalismo: desvalorização de profissões braçais. Boris acredita que ao apresentar um programa de TV, sentado, de terno e gravata, usando sua aguçada capacidade de leitura para acompanhar o texto que aparece diante de seu nariz, esteja numa atividade “superior”.
Não é culpa do Boris. Ele apenas refletiu uma faceta que é comum a toda nossa sociedade. Quem de nós gostaria de levantar da mesinha do escritório para suar a camisa correndo atrás de um caminhão de lixo? Desde pequenos aprendemos que bons são aqueles que usam a cabeça ao invés dos braços.
O problema é que ao longo da nossa história essa característica se tornou uma doença. Ninguém quer fazer mais nada. Aprendemos a vegetar diante da TV, esperando as coisas acontecerem. Os políticos destruindo o país e nós quietinhos, aguardando um abaixo assinado qualquer. Nada mais feio do que gritar e suar a camisa.
Por isso, não acho que Boris seja mal. Pra mim ele é apenas um doente. Contagiado por esse mal que aflige os capitalistas.